Meu objetivo não é analisar a vitória de ontem do Barcelona sobre o Manchester United por 3x1, mas sim mostrar o crescimento da equipe catalã nos últimos 7 anos. Tempo em que o Barça deixou de ser uma equipe que vacilava nos momentos finais para uma equipe praticamente imbatível.
Vamos por partes então. O marco inicial desse time vitorioso veio com a contratação de Ronaldinho Gaúcho, vindo do PSG para ser o camisa 10 do time que estava apagado, entre os últimos da tabela do Campeonato Espanhol. Praticamente sozinho, o dentuço levou a equipe ao improvável vice-campeonato naquela temporada 2003-2004.
Quando um jogador começa a ir bem, o time também se ajusta. Muitos atletas encaixaram no time que estava sendo montado por Frank Riijkard. Chegaram Deco, Giuly e Van Bronckhorst. O título espanhol até veio, mas a decepção ficou na Champions League, com uma eliminação precoce diante do emergente Chelsea.
Na temporada 2005-2006, a consagração total. Ronaldinho, eleito na temporada anterior o melhor jogador do mundo, comandou a equipe que tinha no ataque o camaronês Eto’o e o sueco Larsson. No campeonato espanhol, a grandeza desse elenco se mostrou com a atuação de gala de Ronaldinho contra o Real Madrid, no Santiago Bernabeu, com a torcida madridista aplaudindo o brasileiro de pé. Na Champions, a vingança para cima do Chelsea, além da eliminação do Milan nas semifinais culminaram com o título em Paris, contra o Arsenal no gol histórico de Belletti.
As temporadas seguintes trouxeram decepções como a perda do Mundial de Clubes para o Inter e o bicampeonato espanhol do Real Madrid, mas serviram como laboratório para o novo camisa 10 da equipe, surgia Lionel Messi, a pulga argentina que começava a incomodar as defesas adversárias.
As três últimas temporadas do Barcelona mostraram o quanto a equipe se tornou superior ao comando de Josep Guardiola, ex-jogador da equipe. Dois títulos de Champions League, três espanhóis, um mundial de clubes e o pódio do melhor jogador do ano em 2010, com Messi, Xavi e Iniesta. Um time que perdeu peças como Eto’o, Henry e Ibrahimovic, mas que não deixou de jogar em alto nível, valorizando a posse de bola e o toque objetivo, para frente, que se olharmos as estatísticas, desde que Guardiola assumiu, o Barcelona jamais deixou de ter menos de 60% da posse de bola nas partidas.
E para se fazer o gol é necessária a posse da bola. Um time perigoso, envolvente e que acima de tudo, revela os atletas de ponta que estão em seu elenco.Messi, Xavi e Iniesta foram criados na base da equipe, sem contar Sergio Busquets, Bojan Krkic e Pedro Rodríguez. Sinais que um time campeão não se faz apenas com investimentos gigantescos. O investimento, bem direcionado, nas categorias de base rendem frutos, e, acima de tudo, títulos. Conquistas que fazem todos se renderem a um dos melhores times de todos os tempos, comparado ao Santos de Pelé.